Confesso que me sinto alheio ao conteúdo do texto do Alexandre Gonçalves de Palmela, enfim, não cheguei lá, apesar da qualidade expositiva do seu autor, da musicalidade e poética que enbria quem se envolve até ao fim. Senti algum mistério mas fiquei com fé nos seus propósitos.
Mas foi importante que alguém aparecesse depois de soar o gonzo do silêncio.
Passei 2 dias na terra e quando lá vou, pese alguns frémitos de ausência da fé conservadora, sento-me recatadamente nos bancos sombrios da igreja românica do Salvador, monumento nacional, e descanso as dúvidas. O ambiente do granito e das linhas sóbrias interferem na mente e aprofundam o tempo. É curioso como a nossa mente diverge em ambientes diferentes.
Dali fui à adega Molha o Bico na cidade e reforcei as energias do corpo, aliás como ofaço quando regresso à minha terra. Mas bom,bom é rever os amigos e sobretudo alguma família e as conversas fazem arrebitar. Uma boa conversa desperta normalmente os tempos bons da vida.
Curiosamente por aqui fui-me apercebendo de que só se fala dos tempos menos bons da vida de caserna, num sítio onde a fé era o menos importante pois não era minimamente debatida e noto que a imposição de hábitos deixou marcas de efeito contraditório.
Confesso que muito boa gente que eu conheço e não partilhou os nossos sítios da infância e adolescência pratica os mesmos problemas de dúvida, o que será próprio do homem energizado pelas ambições e necessidades da vida material, das responsabilidades.
Dizem que a idade acalma, mas vejo que só acalma e não fosse o medo de alguma ideia interiorizada do Além e a experiência acumulada da vida lançava o ser humano para as catacumbas do fim eterno.
Se por vezes me encontro a brindar aos pensamentos como alguém já disse, por outro lado injeto em mim novas energias positivas para preparar os novos ciclos de vida activa, sobretudo a nível profissional.
O mundo está diabólico, as crises são necessárias para repensar os desafios que aparecem e é uma oportunidade que a Igreja não pode perder para influenciar positivamente a sociedade e nela intervir na sua missão de proteger os desgraçados, compensando-se dos erros graves na sua história e que desprestigiaram Deus.
A minha mensagem vai ser curta e servirá para retribuir o abraço ao Marques. Também envio ao Martins Ribeiro dos Arcos um abraço grande pois faz hoje 79 anos e escutam-se aqui foguetes de festejos naquela bonita vila minhota. Um abraço de melhoras para o nosso colega Samorinha que saiu ontem do Hospital onde esteve para uma ligeira cirurgia.
Amigo Marques, há sempre que dizer neste mundo do escrever, mas o frio até encolhe as vontades, sejam elas de filósofos, poetas ou reformados da fé nestes sítios, descrentes nas conversas à distância de um teclado.
Estimada gente das Devesas,
Não fora a intervenção do colega Arsénio e ficava-me pela atitude pachorrenta de inolvidável leitor de sofá, indiferente à neve de rua e aos poucos dias de férias de inverno que restam.
Não quis ficar indiferente à letargia deste sítio que já vi muito animado e com esbaforidos tocadores de sinos quando os ventos não lhes pareciam favoráveis, como se fosse eu o arauto das blasfémias.
Sinceramente preocupo-me um pouco comigo próprio quando me acomodo, como a sentir que o meio século possa ser um ponto de partida para a inércia e a acomodação mental.
Mas ao ler a referência que o Arsénio fez à persistência solitária do nosso Presidente por aparecer pausadamente por cá como quem chama por alguém, lembrei-me dos gestos de mão sem fins reprodutivos e decidi então arremessar-me contra o silêncio dos filósofos, dos homens de leis e das letras, dos poetas e de outras tretas (é só para rimar pois também estimo as rimas).
Mas não venho desafiar ninguém nem venho bater prosa por devoção. Venho mandar um abraço aos poucos que me dita a memória como o José de Castro dos lados de Melres, do Ismael que já por cá li, do Presidente que é persistente e de um ou outro que já li por cá em gesto solteiro.
Venha o primeiro!
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