2012-02-16
Ismael Malhadas Vigário - Braga
Hoje faço anos. Faço 59 anos. Já tenho idade para ter juízo.
Hoje quero fazer justiça aos meus amigos da AAAR. O que é que esteve na base do meu “texto”. Não pretendi fazer um poema. E não sou amnésico: Há registo aqui, neste sítio que comentei um poema do Aventino e o Arsénio, nessa altura, afirmou que um poema não se comenta. Estamos lembrados?
Depois, o que está na base do meu texto? Porque e, também, duvido que o que eu escrevi seja um texto? Aquele naco de prosa que projetei, pelo menos no sentido etimológico do termo texto, de tecido, interligado, escrito intercontextualizado ... Neste sentido, de facto, não se me apresenta como um texto. Talvez um naco de prosa à Rabelais, uma prosa vulgarizada, carnavalizada.
Mas então o que é aquela coisa que eu escrevi?
Qual o contexto que originou as minhas palavras soltas, “ilógicas” inestéticas” apoemáticas” e “aliterárias”?
Foi aquela resposta às dúvidas da fé do nosso querido amigo J.Marques e as sibilinas respostas do Arsénio. O convite para a o livro traduzido pelo nosso amigo Bernardino Pacheco Henriques.
Como se o Zé Marques que discorre aqui tão bem precise de dicas para a crença no divino. Ou se as leituras propostas ajudarão um homem madura a acreditar por meio de um qualquer silogismo lógico, dedutivo e tautológico, à crença. O J.Marques também conhece os documentos Conciliares do Vaticano II. Talvez até tenha lido um dos últimos Do.s: ”Porta fidei” do Benedictus XVI.
Mas a fé, para o JMartques estará dependente de uma questão de persuasão de um colega, mesmo com alguns argumentos mais “lógicos”? Ou porque é mais maduro na fé?
“Satira tota est” – é o que me apetece dizer, perante essa ladainha de argumentação.
Estas eram as fontes emocionais que despertaram o meu naco de prosa em espiral.
Expliquei-me?
Até porque os meus amigos merecem-me toda a minha consideração. Parecem-me todos umas otimas pessoas e merecem toda a verdade. E têm mais tempo que fazer do que meterem-se em embrulhadas.
Um abraço.