2012-01-19
JMarques - Penafiel
Confesso que me sinto alheio ao conteúdo do texto do Alexandre Gonçalves de Palmela, enfim, não cheguei lá, apesar da qualidade expositiva do seu autor, da musicalidade e poética que enbria quem se envolve até ao fim. Senti algum mistério mas fiquei com fé nos seus propósitos.
Mas foi importante que alguém aparecesse depois de soar o gonzo do silêncio.
Passei 2 dias na terra e quando lá vou, pese alguns frémitos de ausência da fé conservadora, sento-me recatadamente nos bancos sombrios da igreja românica do Salvador, monumento nacional, e descanso as dúvidas. O ambiente do granito e das linhas sóbrias interferem na mente e aprofundam o tempo. É curioso como a nossa mente diverge em ambientes diferentes.
Dali fui à adega Molha o Bico na cidade e reforcei as energias do corpo, aliás como ofaço quando regresso à minha terra. Mas bom,bom é rever os amigos e sobretudo alguma família e as conversas fazem arrebitar. Uma boa conversa desperta normalmente os tempos bons da vida.
Curiosamente por aqui fui-me apercebendo de que só se fala dos tempos menos bons da vida de caserna, num sítio onde a fé era o menos importante pois não era minimamente debatida e noto que a imposição de hábitos deixou marcas de efeito contraditório.
Confesso que muito boa gente que eu conheço e não partilhou os nossos sítios da infância e adolescência pratica os mesmos problemas de dúvida, o que será próprio do homem energizado pelas ambições e necessidades da vida material, das responsabilidades.
Dizem que a idade acalma, mas vejo que só acalma e não fosse o medo de alguma ideia interiorizada do Além e a experiência acumulada da vida lançava o ser humano para as catacumbas do fim eterno.
Se por vezes me encontro a brindar aos pensamentos como alguém já disse, por outro lado injeto em mim novas energias positivas para preparar os novos ciclos de vida activa, sobretudo a nível profissional.
O mundo está diabólico, as crises são necessárias para repensar os desafios que aparecem e é uma oportunidade que a Igreja não pode perder para influenciar positivamente a sociedade e nela intervir na sua missão de proteger os desgraçados, compensando-se dos erros graves na sua história e que desprestigiaram Deus.