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2012-04-06

Arsénio Pires - Porto

Meus caros:

O nosso colega Luís Guerreiro escreveu-me ontem um simpático e-mail onde teceu largas e elogiosas considerações sobre a nossa última Palmeira!

(Coisa rara no reino da nossa Associação onde o reconhecimento do trabalho realizado por alguns em prol de todos raramente é feito. Repare-se nas opiniões saídas a público neste nosso portal, sobre o último número da Palmeira, que não tenham sido de elementos do grupo que a elabora.

E sobre os outros números… Quase só os colegas brasileiros…que, nisso, são exemplares!

Não é que alguém esteja à espera de palmadinhas nas costas para realizar o trabalho a que se voluntariza. Se assim fosse, a revista não ia já no nº 32. Trata-se duma questão de “ser em grupo” onde, mais do que apontar o que está menos bem, o reconhecimento do que está bem se traduz em cada vez melhor desempenho. Mas a nossa pedagogia, não só na Barrosa… tem sido mais pela aplicação das orelhas de burro do que pelo estímulo! Perdoem o desabafo…).

Mas, então, o Luís Guerreiro.

A sua opinião sairá no próximo nº da Palmeira.

Quero é deixar-vos as seguintes notícias que ele transmitiu:

 “Arsénio, mando-te este e-mail na tarde de Quinta-feira Santa. Não sei quando sairá um novo número da “Palmeira”. Apesar disso, não me quero dispensar de, por teu meio, enviar a todos votos de feliz Páscoa.

Já fixei o dia 27 de Abril para o lançamento de “O Peregrino”. Lá por meados de Julho, estaremos de novo em Portugal.”

Era isto.

Boa Páscoa para todos.

2012-04-04

Alexandre Gonçalves - Palmela

Viajantes do Atribulado Rectângulo:--------------------------------------------------

 

Apesar da sobriedade virtual, que o irrequieto Francisco teima em subverter, raramente a PALMEIRA agitou tantos gestos como agora. Cada ramo, por mais galho que possa parecer, aponta caminhos, endereços físico-geográficos, perspectivas de longo alcance. Como se a ressurreição do mundo já não fosse um mero conceito teológico, mas antes uma força renovada, tão natural como o verde fulgorante que se alevanta pelos campos. A idade traz-nos a urgência da primavera e a lucidez da mobilidade. Já temos poucos dias para tanto esplendor. Cada qual a seu modo não deixa correr em vão o rio que está a passar por dentro da vida, rente aos sentidos e à memória. É ver lá no alto o Francisco, num tão alto lugar que até eu o vejo desde aqui do sul. Nunca lá fui mas não me glorifico de tão obscura omissão. E agora com as favas, o problema cresce exponencialmente. Elas acordam em toda a parte uma gula fresca, com sabor de água e aroma de vinho verde. Mas em orbacém, nem o paraíso de palmela se resigna. Nem que eu fosse de cavalo. Diz a data, bom "moço", e eu deixarei meus cuidados  amorosos e afins, em troca dessa promessa. Levarei comigo o Eça e a fogosa donzela que em tormes serviu o arroz de favas. ---------------------

Não muito longe deste festim, já se ouve a voz do António Peinado. Proclama ele as amplas liberdades que a "ex-reclusão" só agora e por escassos intervalos nos vai dando, em abundantes mesas de fruição gástrico-cultural. Quem participou, comeu alegria e risos e palavras de que os chefes culinários nem suspeitam. Ficámos sem as enguias mas cento e cinco anos à sombra duma maternidade aconchegante, que é interrompida bruscamente, justificam em pleno o cancelamento de Ílhavo. Restam solidários sentimentos que, embora tardios, demonstram sempre a insubstituível amizade que nos vai ligando.-------------------------------------------------

Há ainda o Encontro Nacional de setembro, já alinhavado e com promessas motivadoras. O Sousa Pires até já salta o calendário, a ver se ainda chega a Vila Pouca e a Vidago. Este registo é a garantia dum testemunho irrefutável. A interioridade "telúrica" do nordeste escasseia injustamente nos nossos olhos, já intimidados pelo tempo. Eu creio em vós, meus amigos. "Quando nunca a infância teve infância, o que faz falta é avisar a malta...Quando a raiva nunca foi vencida, o que faz falta é acordar a malta... Quando dizem que isto é tudo treta, o que faz falta é agitar a malta..." Avisar, acordar, agitar, como quem rejeita liminarmente a obscena TV, por onde se destila com subtileza um mórbido veneno e uma sucessão de rótulos gerais, que frequentemente visam a nossa idade. Resistir e avançar, entrar na guerra e treinar os verbos. Denunciar e partir. É a idade do ouro. Como ousam desacreditá-la? A Palmeira é alta e sensível ao vento que vem do mar. E era aqui, longe de atenas e sitiando tróia, que eu me queria deter. Mas pressinto que tanta prosa já esteja desmoronando qualquer hipótese de leitura. Mesmo assim, não posso omitir o sul de que vimos falando. É um excesso. Uma surpresa ardente. Os anfitriões preparam não mais um banquete, nem mais um passeio, nem qualquer outra forma de esbanjar o divino ócio. Destaco três apontamentos, já confirmados por atenta e severa apreciação. Ponto 1. A abertura da paisagem. Não são eles os seus donos mas foram eles que viram a luz, o mar, os laranjais, os amendoais, os barrocais e tudo o que rimar com sugestões mediterrânicas. Chegaram, sentaram-se em cima da paz e beberam por uma concha de cortiça. E disseram: isto não cabe nos nossos olhos. Precisamos de muitos olhos, para que isto não pareça tão infinito. Ponto 2. "Cerca da Aldeia". O Delfim  virou fera. Pega numa horrenda retro-escavadora. Atirou-se às irregularidades territoriais. Rasga espaços. Nascem pedregulhos cósmicos. Árvores centenárias e barrocas são amestradas para o evento. Das brutas paredes emergem bíblicos textos que interpretam a alma e o tempo. Ponto 3. O Programa. Por enquanto é um anúncio de intervenções culturais. Eu já ouço duas vozes femininas, temperadas pela mais inebriante tradição clássica, vestindo de seda azul a noite algarvia. E o velho piano, que acumula cordas e sons de eternidade. Diz aos mortais, ó inspirado Telémaco, onde encontraste um corpo tão puro que me lembra o de Ifigénia, antes de ser imolada aos tirânicos deuses? Piano significa corpo de donzela, de teclas de alabastro, onde o Amadeus, vindo dos confins da melhor música europeia, imprime fluências, ritmos e respirações, como acontece em todos os actos musicais de amor.

E para sensibilidades mais viradas para o visível, há as abundantes mesas, que já também elas vão sendo clássicas nos clássicos encontros. Que a notícia se propague e que todos os ARES do quintal exerçam o direito da atenção, para não perderem nem uma gota deste orvalho que atravessa abril!!!

2012-04-03

Assis - Folgosa-Maia

Meus Amigos:


Já os gaios rondam a mesa das favas

apressêmo-nos a tomar nossos lugares

antes que a noite aconteça...


o calor da primavera veio e

quase em simultâneo 

a flor da fava 

com frutos chegou


Preparai-vos

urgente 

o convite 

o dia certo irá marcar


PS - Que tal este meu ar de poeta?...

     Antes de vós já eu me ri

O importante é a favada e nela a nossa amizade

2012-04-01

Assis - Folgosa - Maia

Já desde Folgosa, mas pouco folgado ainda, pois que de Cabanas cheguei há não muito, todavia agora melhor servido pela internete... Ismael amigo, tu que que de "Vigário" tão só tens o nome, para ti o agradecimento de um sentimento telurico, sentimento que a ambos nos une. Não tenho vinho, mas tenho já favas e ervilhas  prometidas e o deus baco não deixará de ser no momento generoso. E tenho flores sem conta... Desejava mandar-te algumas por este meio mas, diz o Né Vieira, impossível...Então o seu perfume... Fico a aguardar a tua visita a Cabanas de Orbacém para que in loco o comproves... Pelo Gamail, vou enviar-te algumas das mil e uma côres com que por lá a natureza se pinta. Não exagero... posso afirmar que levo a melhor ao belo arco-íris... Como poderás ver, também as favas já por lá andam e, dentro de breves dias, serão comestíveis. Mais, temo que a passarada lhes deite já a dentuça...é que esta tarde já por lá vi um gaio manhoso...Música de CDs não lhes falta, ao menos pendurada. Espero que não sejamos nós a dançar enquanto eles enchem o papo...

O convite fica pois aqui, para ti e para quantos desejarem fazer o favor de nos acompanhar na "Favada". Se a produção for pequena... no mercado de Caminha, ou em Vila Praia, haverá fava que baste para a todos consolar...

O meu abraço fraterno

2012-03-29

Ismael Malhadas Vigário - Gualtar- Braga

Estes dias de férias dedico-os a arranjar a vinha, pois nos dias de escola, a coisa torna-se complicada, entre as tarefas da escola e o amanho da terra. Também tenho de fazer a minha horta, porque urge ter as novidades para casa e se não me apronto nestas lides tenho de ir comprar aquilo que desconheço. Depois quero ir a Vale de Espinho, pois, de vez em quando, vêm-me umas saudades enormes e não sei porquê, se da idade, se sei lá de quê?!

Este ano está um sol contínuo e ninguém se queixa do frio, mas que isto vai ser caro Ah! ... isso vai!... Além disso, a terra é um chamamento que não pára de me acordar.

(Uma mensagem para o Assis que foi tão generoso e eclético nos comentários aos textos da Palmeira.)

Levantei -me cedo para a vinha

Toca a trabalhar

Remover a terra

Que dará um bom verde tinto de matar.

O tempo é de seca

E não convinha mexer muito a terra

A erva protege a cepa

E também rouba o sustento

(Que fazer neste ano tão saariano?!...)

Deito as mãos à enxada,

Ou vou para a esplanada?

Deixei de ter o cavalo

Fiz-lhe a cova em dezembro molhado.

Resta-me a memória do seu olhar

E os rastos espalhados do seu passar.

Será que a chuva chega

E com ela a multiplicação?!

Queria-te verde e viçosa

Natureza húmido do meu olhar.

Desejo hoje de um modo

Que outrora não soube valorizar.

Vem junto de mim

Água do meu cantar

Beija a minha face e deixa-me molhar.

Queria-te fresca e tropical

E não como agora é habitual.

O estio sem a água vai ser de matar.

Rogo-te ó Deus

A sério e a valer

Traz-nos a chuva em dia de não acabar.

Ismael Malhadas Vigário

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