2012-03-29
Ismael Malhadas Vigário - Gualtar- Braga
Estes dias de férias dedico-os a arranjar a vinha, pois nos dias de escola, a coisa torna-se complicada, entre as tarefas da escola e o amanho da terra. Também tenho de fazer a minha horta, porque urge ter as novidades para casa e se não me apronto nestas lides tenho de ir comprar aquilo que desconheço. Depois quero ir a Vale de Espinho, pois, de vez em quando, vêm-me umas saudades enormes e não sei porquê, se da idade, se sei lá de quê?!
Este ano está um sol contínuo e ninguém se queixa do frio, mas que isto vai ser caro Ah! ... isso vai!... Além disso, a terra é um chamamento que não pára de me acordar.
(Uma mensagem para o Assis que foi tão generoso e eclético nos comentários aos textos da Palmeira.)
Levantei -me cedo para a vinha
Toca a trabalhar
Remover a terra
Que dará um bom verde tinto de matar.
O tempo é de seca
E não convinha mexer muito a terra
A erva protege a cepa
E também rouba o sustento
(Que fazer neste ano tão saariano?!...)
Deito as mãos à enxada,
Ou vou para a esplanada?
Deixei de ter o cavalo
Fiz-lhe a cova em dezembro molhado.
Resta-me a memória do seu olhar
E os rastos espalhados do seu passar.
Será que a chuva chega
E com ela a multiplicação?!
Queria-te verde e viçosa
Natureza húmido do meu olhar.
Desejo hoje de um modo
Que outrora não soube valorizar.
Vem junto de mim
Água do meu cantar
Beija a minha face e deixa-me molhar.
Queria-te fresca e tropical
E não como agora é habitual.
O estio sem a água vai ser de matar.
Rogo-te ó Deus
A sério e a valer
Traz-nos a chuva em dia de não acabar.
Ismael Malhadas Vigário