2012-06-03
Assis - Folgosa - Maia
"Ora...vai à fava..."
Era assim que me diziam antanho - talvez hoje ainda assim seja, embora de forma não tão clara - quando alguém não concordava com a minha opinião. E eu continuava o meu caminho silenciosamente, ou então replicava-lhes "vai tu...". - Uma semana passada, depois do nosso encontro em Cabanas de Orbacém, depois de ler quanto de belo escrevestes sobre o local mas também sobre mim, quase me sinto no direito de vos mandar também à fava. Chamei-vos para a fava e, agora, mando-vos à fava... Que o nosso encontro foi um êxito, não ponho qualquer dúvida...à vossa presença se deve. Que o local é um pequeno paraíso, não o nego...à mãe natureza o devo. - Neste pequeno espaço de tempo, muitas flores brotaram, flores que vós já não vistes. Sinto-me um previlegiado...Mas deixais-me gago, quando me chamais de "Bom". Não lestes no evangelho, enquanto "prisioneiros" da Barrosa, que "Um só é Bom"?...Eu quando muito procuro não dar nas vistas enquanto "não bom"... mau não, pois não há pessoas más. Deixais-me pois em apuros, gago... - Vós, sim, fostes impecáveis até a cantar o nosso VIVAT, incluído o Aventino... A Camaradagem franca, sincera, que a todos quantos passámos pela Barrosa nos une, essa sim consegue verdadeiros milagres. Aqui em Orbacém não podia ser diferente, tal como já havia sido em Messines e em tantos lugares onde nos prontificámos a operar esse milagre. Os outros milagres, os ditos grandes milagres, esses devemos deixá-los para os santos dos altares, pois passamos bem sem eles. Contentêmo-nos com os milagres da mãe natureza e os da fraternidade humana: Uma semente que se lança à terra, uma vide seca que se planta, uma flor que brota em espiga de pão e um cacho perfumadlo que se nos oferece em suculentos bagos, em doce vinho... Nestes milagres eu creio, milagres de todos nós... Olho-os, sem palavras, e rezo e canto...
Desde o Caminho do Fradinho, para todos, o meu abraço