Uma das facetas da amizade são os comportamentos solidários e por isso a valorizamos tanto.
Nas palavras emotivas do Peinado entendi com clareza que os hábitos de vida vão alterar-se devido à rigidez da terapêutica e o período inicial será o mais difícil, mas depois virá a adequação aos novos rituais. Falava há dias com o Samorinha sobre o seu pai que já está a fazer este tratamento há cerca de 3 anos e sendo bem mais velho que o Peinado não entende a terapêutica como preparação para partir, mas sim para viver melhor e daqui a uns anos é isso que vamos ouvir do nosso amigo Peinado.
Ontem esteve por cá o Davide, vindo já dos lados de Cabanas de junto do Assis, com quem e mais o Barros visitaram o Luís Guerreiro no dia anterior. Eu já o fizera na passada segunda.
Almoçamos na minha "horta" um arrozinho de tamboril com camarãozinho a dar maior consistência, caldoso a fugir do prato, de comer à colher como o fizemos, aromatizado com um cortado rude de salsa e coentros.
Empratado com uns cubinhos de tamboril marinados em tempero de ligeiro sal e limão, corados em azeite de pouca acidez, lambusamo-nos deliciosamente por largo tempo à sombra de vasta conversa e de um verde branco borbulhante, de aromas florais gizados em terras frescas de Ponte de Lima.
Antes, acolitamo-nos de uma entrada de camarão com bom tempero de sal e gindungo a extremar a sede, que combatemos pausadamente com o extintor limiano.
O Davide rumou depois até ao sul passando pelo Porto onde deu um abraço ao Peinado.
Um destes dias vai estar com o Martins Ribeiro, a fazer férias ali por Alenquer, pois faz sempre questão nesta altura de fugir ao bulício festeiro dos Arcos.
Gostei de "ouvir" o Gaudêncio, que recentemente também teve uns arranhões na saúde e que tinha poisado no silêncio. Ah! e de "ouvir" também o Diamantino em portogalês a dar forças ao Peinado. E também o Arsénio que nunca falha no gesto solidário.
E quando quiserem um arrozinho de tamboril têm de avisar para fazer a compra na Rosinha de Esposende.
Meus caros amigos ( os ex-reclusos, os reclusos, os libertados e os libertários )
Não pensava eu terminar já o meu " ramadão " de escrita mas as circunstâncias assim mo exigem e, por isso, vou ver se ainda não perdi totalmente o jeito para escrevinhar qualquer coisa.
Dizia o Arsénio que tinha andado em poisio pois a mim, pelo contrário, parece que me plantaram eucaliptos e fiquei seco!!!! Adiante.
Nenhum homem é uma ilha (porque ) todo o homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme......... assim principiava Hemingway um romance (datado) mas que continua a ser um bom livro. Mas a frase, aqui invocada, surge a propósito do movimento de preocupação, amizade e carinho que rodearam o nosso companheiro, e meu amigão, Peinado, movimento esse que foi bem visível nesta rubrica nos últimos dias.
Foi bonito ver a vitalidade, a força e a sensiblidade da nossa AAAR ao sentir que um dos seus membros estava em sofrimento. Eu fui acompanhando, mas em silêncio, não porque não sentisse vontade de mostrar também a minha solidariedade mas por um outro motivo que, o Peinado me desculpe, vou revelar aqui. E, se pudesse, pegava numa orelhinha dele e dava-lhe uma pequena torcidela para ele, numa próxima, não me enganar desta maneira. Trocado em miúdos: no final do mês de Julho, numa longa conversa telefónica, disse-me o Peinado que, nos primeiros dias de Agosto, se ausentaria para férias e só regressaria a partir do dia 15. Por esse motivo eu não tentei sequer contactá-lo por telefone e até deixei de lhe enviar aquelas macaquices da Internet para não lhe atafolhar a caixa do correio Afinal, nem saíste do Porto, meu malandro, mas as contas ainda não estão feitas ............
Eu a pensar que te deliciavas com uns mariscos da Galiza, acompanhados com um branco fresquinho e, ao fim e ao cabo, andavas nas mãos dos "curandeiros" diplomados a tentar ficares em forma para "voltares" ao nosso convívio!!! Espero, com todas as ganas, que o consigas. E creio que a AAAR inteira me acompanha neste desiderato porque, na Associação, todos juntos formamos um continente...... e tu não és uma ilha.
Para além do saudável pulsar de que a AAAR deu mostras, também gostei do "manifesto" do Peinado. Quem o conhece há tantos anos, como eu, só poderia esperar dele um grito de vida como o que deixou exarado aqui. Voltou e espero que mantenha a sua presença para bem dele e alegria nossa.
Que vivas muitos e bons anos, meu caro e grande amigão, e lembra-te que temos um compromisso a honrar pois o nosso amigo Gonçalves Dias, antes de regressar aos States, meteu-nos num "negócio" que temos que resolver para cumprir a vontade dele. Claro que o R Morais também está metido no enredo. Mas disso, falaremos lá mais para diante....
Como tenho estado "de palanque" a "saborear" esta rubrica, só posso agradecer aos escritores de serviço que a têm animado. Um obrigado a todos. E para todos, também, um abraço fraterno mas deixem-me um pouco mais livre o braço direito para apertar com mais força o nosso companheiro Peinado que, neste momento, bem merece.
PS: Como sou visceralmente contra o Novo Acordo Ortográfico sigo o antigo
Peinado amigo,
A AAAR está contigo!
Podes não querer a via telefónica.
Mas, se nos leres, saberás que te queremos bem! E muito!
Desde os tempos de reclusão em que nos punhas em sentido com a tua bondade distributiva da sêmea, até aos tempos de hoje em que nos alegras com o teu sorriso e sempre boa disposição.
Queremos-te rapidamente de volta ao cabrito de Monção!
Homem do Porto edificado sobre um promontório rochoso
sabemos que tu és TORRES.
De pedra como a TORRE que sempre foste junto de nós.
TORRE que não se verga.
TORRE que corta a direito, doa a quem doer.
Queremos-te de volta.
Rápido!
Mas, por favor, logo que te sintas só um pouco melhor, escreve-nos:
VOLTAREI.
E nós iremos comer contigo um pedaço de pão.
E nós iremos beber contigo um copo de vinho.
CARISSIMO EX RECLUSO
ESTIMADO “USTED TORRES”
Só tu ó meu, me levas a botar escrita, nesta via de serventia.
Pensava que te tinhas pirado dos mánfios, para laureares a pebide,
num sítio tótil de fixe, quando, o outro TINO, avisa a gangada, que
o nosso PEINADO está feito ao bife.
Carágo, tu és do núcleo duro. As ouras passam.
Fáchavor, não te armes em freguesinho. Não te queremos manguela,
nem pastelão. Mexe os calcantes. Não te amoutches.
Lembra-te que, ainda temos muitos condutos, para encher a mula, e levar
a canalha, à badalhoca.
Agora, cheguei à barona, vou dar corda aos vitorinos.
A mourada cochiça que estou armado ao pingarelho e a falar para a central.
São todos uns lázaros.
Se não entendeis o paleógrafo, pesquisai no figueirinhas.
Amigo Peinado, com serenidade, aplica os 3Rs:
- Recluso Recupera Reafirmando: V o l t a r e i
Um Abraçããããooooo
Pequena nota:
Hoje, não sou ex de nada. Sou do PORTO, um calhau solidário,com dois olhos.
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