QUEM AVANÇA PARA BRAGANÇA?
Antes de mais, peço desculpa por tão longo silêncio e por só agora regressar a vila nova. E ao último encontro anual.
Deixei acalmar a poeira fonética para poder comentá-lo com alguma serenidade. Apenas duas notas de apreciação. De um lado, o indesmentível empenho da organização.
O Sousa Pires habituou-nos já a este esquema simples e de certo modo eficaz. Ele pôs as mãos no trabalho, sem grandes apoios laterais, e convidou-nos convictamente a mais uma deslocação "nacional" à casa-mãe, ao ponto de partida da identidade comum da PALMEIRA.
Percebe-se que fez quase tudo sozinho, sem quaisquer certezas de adesão ou retorno. Outros teriam desistido. Ele apostou e todos de certo modo ganharam.
Um sentimento de gratidão fica bem a todos. Apesar de não serem muitos os que trocaram a vidinha pelo encontro.
Mas há o outro lado das coisas. Neste caso, a resposta, a reacção, a atitude. Pressente-se uma espécie de decadência precoce. Os sócios caíram genericamente numa passividade frouxa, quase senil, como quem aguarda que o presidente da junta leve os velhinhos a passear. Eles não exigem muito. Basta que se lhes acene de longe e eles lá irão, poucos ou muitos, mas sempre dá para um almoço solene, ruidoso, temperado a tintol e basta.
O essencial é ver a malta, dar um abraço avulso, afinar um pouco a fé e ala que se faz tarde. Tudo isto é legítimo e natural. Mas convenhamos que é pouco. Então direi que neste sentido não integro o coro retórico dos elogios. É pouco de mais para quem terá de vir de longe a tão pouco encontro.
Percebendo-se o perigo, sugeriu-se que uma comissão de três voluntários, tenham eles a ideia que tiverem, programem, em cada ano e com a devida antecedência, a festa da associação, a realizar na data e no local que entenderem. Apurou-se que de dois em dois anos será em Gaia. Tudo certo.
Mas que haja proponentes em qualquer dos casos que assumam esse serviço, em colaboração com a presidência.
Não podem ser sempre os mesmos, a mostrar o seu talento ou voluntarismo. Capacidades não faltam a ninguém. E os locais possíveis, como já se demonstrou, são mais do que os anos que restam para que isto valha a pena. Pede-se generosidade, criatividade, identidade.
Fica proibido desistir, discutir inflamadamente, e nada fazer no terreno. Quem é que avança? Tudo valerá a pena desde que não se imite ninguém nem se plagie quer o que já se fez, quer o que já foi dito.
A propósito, onde fica bragança?