2013-02-11
Ismael Malhadas Vigário - Braga
O poema em cima da
mesa,
deslocavam-se as
palavras latentes do tempo
de brincadeiras ecos de
rapazes no bosque.
A pelota ressoa no
frontão
toca de esquina e cai
no chão
vaivém de bola, foge
a vitória em desmazelo da mão.
Correm os rivais em
aperto de passo
desprende-se o beto em inépcia de relapso.
Oiço vozes à
distância de um quarteirão
vêm fogosos e de
raquete na mão,
passam em rasgões de
foguetes
e fazem piruetas de
tantas tentações.
Montou a pelota o frontão,
corremos todos à
procura de uma ilusão.
A todos parecia uma bola real
e não sentíamos ser uma bola de sabão.
Amanhã não há pelota por contramão,
jogamos à peçonha ou cosemos a bola de capão.
Tentemos o speedball que não foge da mão.
II
Hoje é a vez da baliza de trave no chão
ergamos juntos o pau
como um balão,
subiu o alpinista no
cavalete do João
e das costas do decano saiu um grito!...
Agora não é golo!... Não?!...
E à força d’ um prego de solho
seguramos o edifício da nossa paixão.
Temos campo e bola rota a ziguezaguear
que mais queremos nós?!...
venham – disse o
perfeito:
“está ali a carrela pr’a alisar o campo,
amanhã é jogo de
torneio de quarta-feira”.
A bola está pronta para enfrentarmos o piruetas
traz truques na manga
para fintar o decano,
pensa-se melhor, à falta
de fair play,
o que mais lhe falta é força nas canetas
e que avance com confiança e sem tretas!...