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2013-03-10

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

BALADA DO VENTO


Sopre brisa ou vendaval

De mansinho ou violento

Traga ou leve o bem e o mal

Poesia ou trivial

Eu gosto sempre do vento.


Sopra o zéfiro ameno

De manhã pelas canteiros

E com um jeito sereno

Espalha aroma pleno

Pelos vales e outeiros.


Tange as nuvens pelo ar

E brinca co'as folhas secas,

Gera espectros ao luar;

Se lhe apetece brincar

Faz grotescas piruetas.


Quando entra em convulsão

Usa de furor profundo

Transforma-se em furacão

Espalha a destruição

Arrasando todo o mundo.


Se acontece um dia inteiro                                  

De calmaria e sossego

Choram por ele o moleiro                                      

E o nauta do veleiro

Porque lhes foge o achego.


Tudo o vento leva e traz

Nos seus golpes e favores:

Horas boas, horas más,

A desventura e a paz,

Ódios cegos e amores.


Um dia Elisa partiu

Asa do vento a levou. 

Nem de mim se despediu   

E nunca mais me sorriu

Foi amor que me deixou.


Alguém que o vento conhece

Esperança me veio dar;

Pode ser que ela regresse

Mas isso só acontece

Se um dia o vento mudar.


P´la grimpa dum campanário

Notei que o vento mudou,

Só que para meu calvário

E por meu triste fadário

Elisa não mais voltou.


Conforme o vento a levou

Também a mim vai levar;

Mas como alguém me contou

E tal nunca se passou,

Sem esperança de voltar.


Cavou fundo a decepção

E gemi triste lamento

Doeu muito a frustração

E assim por essa razão

Nunca mais gostei do vento

 

Arcos, Março de 2013


 

2013-03-10

manuel vieira - esposende

Meu caro Aventino,

quem nunca pecou que atire a primeira pedra, mas não me parta a vidraça.

Todos nós temos os nossos lamentos e também o Pisco do Assis pia,pia a anunciar talvez a Primavera ou no lamento de tanta demora, mas os teus melros têm razão por tanta chuva e tão pouco sol, mas com tanta carência é curioso como as tuas camélias já despertaram. Mas se os vermelhos, os seus brancos ou os seus rajados já não não quebram esse fastio de felicidade dás um saltinho a Vila do Conde e aprecia os milhares de camélias com mais de mil espécies, com cores que passam pelo azul e o preto na Quinta Vilar de Matos do Paulino Curval, penso que em Touguinha.

Mas não leves o cão.Vai só e espraia as vistas sobre os 30 mil pés que invadem a quinta e que o seu proprietário se ufana de ter disponíveis para um público apreciador até 30 de Abril.

Hoje faleceu o meu amigo Abel da Costa que celebrou 100 anos de vida no dia seguinte aos 80 do nosso colega Ribeiro.

Ontem foi o José Carvoeiro com muito menos idade, com o seu ar filosófico e as barbas abundantes e brancas a imitar Marx.

Ei-los que partem e já não confessam angústias ou expressam sorrisos, amansados que foram pela partida.

Os que ainda lamentam são os que vivem e como eu e tu, também eles pecaram e todos sentimos dos ausentes a mácula triste da fuga eterna.

Os teus filhos têm razão, mas não tanta pois ainda vais faltando a um arroz de sarrabulho de textura soberba, a um leite creme de estalar os olhares, e os acrescentos ao cinto que eles contestam são restos fiéis dos convívios cheínhos de bons comeres e afetos que vais sabendo aproveitar.

Sobe as escadas e não contes os degraus. Aprecia bem  o que ainda podes ver lá do alto.

2013-03-09

Aventino - Porto

SIM, CONFESSO QUE PEQUEI

Tantas vezes aqui venho trazer-vos a alma, um sentir e uma angústia, um leve caminhar ou os tristes passos de um passado breve. Outras vezes, o amor, esse incondicional universo onde orbito, ainda orbito, em busca do que não tive ou do que não soube construir.

Hoje o que eu queria falar-vos era dos melros que abundam, manhã cedo, nos jardins da minha casa. E das minhas camélias que todos os dias me resmungam a perguntar pela Primavera. E do meu cão que para ir à rua tenho que o levar ao colo; e da minha criada que tem medo que eu a despeça; e dos meus filhos que ralham comigo porque estou gordo; e da minha mulher que diz que ressono.

Hoje o que eu queria falar-vos era de um amigo que se suicidou. E de um outro amigo que tem saudades da mãe que morreu há tantos anos. E de outro que, em choro, me telefona  a dizer que se mija todo a toda a hora em incontinência.

O que queria mesmo era não ter que falar nem pensar,  interrogar nem interrogar-me, vaguear por onde nem camélias, nem cão, nem melros, nem a memória dos amores que me morreram.

O que eu queria mesmo era falar-vos desta angústia de não ter um momento, uma palavra, um só tempo que eu pudesse estar só com este imbecil Aventino.

 

2013-03-09

Aventino - PORTO

SIM, PADRE, CONFESSO QUE PEQUEI

2013-03-06

Assis - Folgosa - Maia

Amigos da AAAR, Saúde e boa disposição...

Boa disposição é o que felizmente não tem faltado ao nosso EX-Recluso Peinado a ponto de ter angariado mais um associado para a equipa do Esgota. A ele os nossos louvores e ao Cabral, o nosso voto de Bem-Vindo. Saudamos também ao António Pinheiro que nos aparece vindo de Viseu, embora eu tenha a ideia de que ele não é dessas bandas. Imagino que tenha sido um adepto do Gil Vicente, mas posso estar errado. Se for quem eu penso, até da côr do seu fato recordo, um fato cinzento com calças apertadas ao fundo. Era então moda...Esta casa é também tua.

Só ontem, pela noite, tive ascesso ao nosso site. Desapareceu do meu computador por encanto, talvez ande por aí a secreta a espiar-nos na relva. Tudo é possível...Não tive a oportunidade de actualizar a minha leitura, nem de dar o meu abraço de parabéns ao nosso chefe Manel. Fi-lo mais tarde por outro meio, embora já um pouco atrasado, mas... com a promessa de que, quando ele fizer 80, far-lhe-emos FESTA RIJA. "PALAVRA de TESOUREIRO da AAAR !..."

Agora, uma palavrinha ao Morais, autor, em Pontos de Vista, de "O Homem e os deuses". - Todos nós temos pontos de vista diversos. Já os tivemos ao longo da nossa pequena história pessoal e ainda agora, na nossa idade já madura, continuamos a tê-los. Verdades nos foram apresentadas, de pequenos, como verdades absolutas. Dogmáticas. Duvidar delas era pecado e o pecado era a porta para o inferno. Fomos crescendo, começámos a pensar como pessoas livres e vimos que os dogmas se fundamentavam em pura fé, não em Fé Pura. A história não era a verdadeira História porque a fé que tinha por fundamento não era a verdadeira Fé. Os dias iam-nos amadurecendo, os novos ventos do Vaticano II davam-nos ânimo com o papa João XXIII. O papa que dizia que nunca tinha falado ex-catedra. Preferia entregar, em oposição aos seus antecessores, os assuntos aos peritos. Mas, em muito pouco tempo, desfizeram-se esses ventos e tudo voltou ao passado. Foi então que sentimos a urgência de seguirmos, antetudo e todos, o que a nossa consciência nos ditasse. Foi assim que começámos a caminhada de descobrir a nova História. - Foi este o caminho que em boa hora escolheste, amigo Morais. Este teu trabalho é a prova. Por ele te estamos gratos.

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