O Lamas acalmou a nossa curiosidade e foi de facto também hóspede na Barrosa num grupo largo de 45 que entraram em 1962.
Do seu curso no 1º ano foram alguns nomes conhecidos como o Fernando de Almeida, o Constante, o Delfim Nascimento, o Lopes, o Moura, o José Barros, o Almeida Campos, o Ribeiro, o Celas, o Serapicos e o Eduardo da Bernarda, irmão do Padre Manso seu professor, como o Madureira Beça, o Luís Guerreieo e o Padre Gomes Dias.
No sexto ano andavam o Alexandre Pinto, o Arsénio, o Ismael Henriques, o Nabais e o Jorge Bento entre outros, mas muitos outros nomes que “frequentam” a Associação foram do seu tempo, entre os quais o Faustino Honrado recentemente falecido.
O Lamas é natural de Torre de D.Chama onde mora hoje o Gumesindo que é natural de Vilarinho do Monte lá pertinho, que é a terra também do nosso colega Valdemar Costa.
Aliás, o Serapicos o refere no seu post que só agora li. As boas vindas ao Serapicos pela sua 1ª experiência no fale connosco.
Foi curiosa a forma como o Lamas entrou e o Arsénio já fez as honras da casa com o convite.
O Alexandre Pinto, que é do tempo do Lamas, presenteou-nos com um texto belo de aroma primaveril onde a mulher desponta, como sempre e bem.
A Primavera promete…
Boa tarde amigos.
É a 1ª vez que aqui " boto palavra" embora siga o site com toda a atenção. E vem isto a propósito da intervenção do Lamas que julgo eu não será da zona de Braga mas sim da Torre de D. Chama e seria do meu ano, isto é, de 62.
Embora já lá vão 50 anos tenho a vaga ideia de ser um rapaz um pouco mais alto que a média e que por isso , na bola , lhe chamávamos o Torres , aludindo ao nº 9 do Benfica.
Mas também posso estar a fazer confusão.
Seja como for , ele esclarecerá e aí vai um abraço para ele e para todos.
Caro Lamas:
De facto não me recordo de ti. Mas talvez que, se nos encontrarmos, as imagens voltem à consciência e reatemos conhecimentos. Não vão faltar oportunidades.
Olha, hoje saiu para o correio mais um número, o 35º, da nossa revista Palmeira. Gostava de te enviar alguns dos números passados juntamente com este de agora. Para tal, necessito do teu endereço de residência.
Se quiseres podes enviar-mo para o meu e-mail:
arseniopires@gmail.com
Recebe um abraço meu.
Arsénio
A todos muito boa noite. tendo-me sido pedida identificação por parte dos senhores PEINADO TORRES DO PORTO E A.MARTINS RIBEIRO DAS TERRAS DE VALDEVEZ,é pois obrigação minha, satisfazer a v. curiosidade. Tambem eu fui hóspede da Barrosa e ainda que a minha estadia tenha sido breve, foi suficiente para deixar em mim, marcas que, passados 50 anos ainda me trazem algumas lembranças. vocês não se lembram de mim, porque não podem lembrar-se, pois pelo que me parece, são mais velhos. Se a memória não me engana, entrei na Barrosa em Setembro de 1962, estavam o Nabais e o Arsénio no 6.º ano e o assunto do momento, era a crise dos mísseis da Baía dos Porcos. Agora, para o senhor MARTINS RIBEIRO, ( assim como quem cai numa qualquer operação stop, boa noite shôr guarda ) mas a sério lhe confesso, não talvez nos encontremos, mas que havemos de nos encontrar um dia . Para terminar, respondo ao seu, com o meu grande abraço de amizade. J, M. Lamas 14/o3/2o13 NAVARRA - BRAGA
ÀGUAS DE MARÇO
Aqui, no silêncio conventual de Palmela, ouve-se chuva continuamente. Doce, melancólica e tão insinuante que apetece ficar. Lembra-me vila nova e aquela melodia triste, quase litúrgica, quase gregoriana, que descia no bosque a partir de setembro e durava até princípios de maio. À época eu não o sabia. Mas agora já descobri. A virgem terra, na sua feminilidade matricial, precisa de nove meses para dar à luz a mais bela de todas as mulheres. O seu nome é PRIMAVERA. O rosto é uma luz coada, como se fosse poeira de sol. Os olhos são a água mais pura das montanhas e apetece beber por eles a vida, o desejo, o amor. Os cabelos têm o ouro dos fins de tarde, às mãos dando um suave toque de seda natural. E o corpo, de tão ondulado e vigoroso, lembra a mãe que o gerou. Na roupa, tudo lhe fica bem, especialmente a feroz brancura dos seus dentes. Ou as infinitas flores que prende aos seus cabelos.
Eu não falo da natureza. Falo da infinita perfeição da mulher. Só um território assim podia ser fecundado, lavrado, semeado. E colhido no verão, como o trigo. Em vila nova, esse ser cobiçado por todos os deuses do Olimpo e até pelo cristianíssimo Espírito Santo, esse ser foi sempre tão proibido como as suculentas maçãs de Eva. Se é verdade que Adão foi um rude ensaio do criador, então percebe-se melhor a obra futura, que foi chegando até aos nossos dias. Ela não é perfeita, ela é a perfeição. Adão é uma tábua de engomar, embora ele nunca tenha engomado coisa nenhuma. Um bocado de madeira mal aparada, sem complexidade nem sombras. O que é está à vista. Não sabe chorar, não sabe perder a cabeça, não sabe fazer um filho. E às vezes nem banho toma, porque ouviu dizer que um homem pode cheirar a cavalo, sem que isso lhe traga nefastas consequências. Etc. Já ela é uma síntese do universo. É como as estrelas. Em rigor, que é que se sabe delas, das estrelas, claro, se algumas estão a chegar agora ao olhar dos mortais? E quando um escriba se queixa amargamente da nossa insensibilidade a tudo quanto é feminino, será que tem razão? Não concordo nem sustento o seu contrário. Mas alerto para uma compreensão mais alargada e mais atenta do problema. Sendo Eva mais abrangente que as escrituras, sendo mais transcendente que os mistérios divinos, faz algum sentido que a proibissem numa época de aprendizagem como foi a de vila nova? Eva aprende-se como um texto sagrado. É preciso em cada tempo aprender a lê-lo duma forma continuada e não aos saltos. Como na matemática. Numa sucessão contínua e gradual de conteúdos. Como quem sobe uma escada. Não se podem saltar degraus. Aí está. O citado escriba tinha razão. Não acertamos com o lado feminino da existência. Ensinaram-nos as equações todas de atacado e fora de idade. Agora é aguentar, como diz o outro. Quem é que de nós teve a sorte de pegar na mão dela, metê-la num bolso e ir de manhã para o liceu, numa paisagem de neve? Eu não, infelizmente. Mas sei quem o fez e o lembre com doçura, nos dias tristes.
É esta a minha tentativa de reparar a injustiça da omissão. Ninguém celebrou aqui o dia da Mulher, 8 de Março. Como ela é irmã gémea da primavera, e como tudo isto rima com alegria, rosas, chuva e abril, sugeriu-se entre dois dedos luminosos de fala uma data para essa celebração. Março não pode ser, por ser curto este ano. Então pensou-se na primeira semana do mês que vem. O convite é alargado a toda a gente, particularmente às SENHORAS. Em breve se darão mais pormenores. Só para abrir outras sugestões, estamos a pensar no Segundo Círculo do Fogo, num ameno fim de tarde, até que as estrelas e a lua se sentem connosco na mesa de abril.
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