2013-03-22
Ismael Malhadas Vigário - Braga
Fiquei feliz e
contente com a eleição do Papa Francisco. Até gostei que fosse um Argentino.
Tenho dois tios sepultados em Zarate, Buenos Aires, Argentina. Lá também tenho
primos e, é um pouco um solo amigo. Estes meus tios frequentaram o seminário em Espanha,”eo tempore”, depois
veio a Guerra Civil de Espanha (1933-39) e recambiaram-nos para Vale de
Espinho. E, como o meu avô tinha dez filhos, a vida não era fácil e lá emigraram
para aquele país das Pampas. Era um país
de acolhimento, de desenvolvimento, de grandes propriedades e não pequenas
leiras como na nossa aldeia. Um homem lavrava terra com um tratar dias e dias,
como me dizia um meu conterrâneo, e a carne era uma delícia !...
Há uma igreja
jovem e em ascensão, na Argentina. Este papa traz esta experiência política.
Pratica a caridade e não tem medo, e isto pode levar-nos a ter esperança na
renovação da igreja e ser um bom semeador para o mundo.
Os profetas
apareceram sempre em momentos de crise e souberam falar ao povo. E nós estamos
sedentos por alguém que responda às nossas dores e frustrações. Que realize o
ideal evangélico. Venha de leste ou oeste, isso não é importante, precisamos de
alguém que encarne e concretize um desiderato que, sendo antigo é sempre novo,
porque é sempre verdadeiro. Tem apenas que interpretar e adequar esse ideal ao
mundo de hoje. O materialismo-consumismo é o nosso pecado e temos que vencê-lo,
porque é ele que cria clivagem, dependência, ganância, triunfalismo,
desigualdade. pobreza.
O Papa
Francisco, pelo poder de que está empossado, tem de dar o poder às bases, como
refere Bento Domingos, para todos participarem numa mudança pensada e sentida.
Nenhuma pessoa
sozinha é iluminada, mas do seu gesto humilde e generoso pode chegar a
verdadeira iluminação de todos e para todos.