2013-03-31
ANTÓNIO GAUDÊNCIO - LISBOA
"Quem sabe se não és tu, tu que vives num silêncio inquieto, que queres, perdidamente, partilhar". Esta frase, que aparece entre aspas, não é minha mas "roubei-a" ao nosso companheiro Aventino. E eu, com muito gosto, vou aproveitá-la porque ela me dá o mote para o que vou escrevinhar em seguida.
Não há dúvida que a nossa infância e adolescência foram troncadas, assombradas e formatadas pelos anos passados na Barrosa, à sombra da Palmeira. Depois, uns recuperaram, outros disfarçaram mas alguns, e constatamos isso com certa tristeza, enconcharam-se e não querem falar, debater e analisar aquele lapso de tempo das nossas vidas. E eu entendo que deviam fazê-lo quanto mais não fosse para esbater, diminuir ou apagar as mágoas que, derivadas desses tempos, possam, eventualmente, continuar a torturá-los.
Venham, companheiros, e façamos uma catarse colectiva que pode ser muito benéfica para todos : para os que teimam em não se aproximar da AAAR mas também para os que já orbitam a Associação.
Não se limitem a espreitar o site e a desfrutar de palanque o que alguns vão escevendo. Intervenham, escrevam, queixem-se, digam mal, critiquem mas mexam-se e colaborem. Verão depois que valeu a pena sair da concha e partilhar angústias que, não tenhais dúvidas, são comuns a todos ou quase todos nós.
Feito este apelo, passemos a outro assunto.
De todos os Papas que conheci, excepção feita ao Papa João XXIII, não gostei de nenhum. Mas este homem das pampas está-me a deixar meio "apalermado". Será que vamos ter alguma coisa nova na Igreja ou esta entrada é apenas um modo de marcar alguma diferença em relação àquela cambada que, nos últimos trinta anos, havia tomado conta do Vaticano? Vou-me resguardar para ver e opinar depois.