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2013-06-11

Arsénio Pires - Porto

   Os nossos mortos

 

Os nossos mortos quando partem ficam

sentados nos lugares que eram deles

e os gestos que faziam reverdecem

suspensos dos quadros nas paredes.

 

Os sorrisos palavras e silêncios

esvoaçam pela noite até raiar.

De manhã quando vamos permanecem

cozinhando as conversas do jantar.

 

E são assim os mortos que são vivos

crianças como nós de eternidade

idosos como nós de assim ficar

 

a olhar para os barcos para o mar

como se de chorar o azul das lágrimas

indicasse o Caminho por andar.

2013-06-09

manuel vieira - esposende

Faleceu hoje a mãe dos nossos colegas Celso Oliveira e Francisco Oliveira, naturais de Rio Mau e que frequentaram o Seminário na segunda parte da década de sessenta.

O Celso, que é psicólogo e reside em Ovar, proporcionou-nos há alguns anos no Encontro nacional em Gais uma magnífica palestra sobre as capacidades do nosso cérebro.

O Francisco Oliveira que é do meu curso vive em Sintra e trabalha na Segurança Social.

O funeral é amanhã em Rio Mau, freguesia do concelho de Penafiel, pelas 16h30.

Para os 2 nossos colegas um abraço grande de solidariedade.

2013-06-08

António Peinado Torres - Porto

» Boa tarde amigos e companheiros

 Vou iniciar um forte regime alimentar, para me preparar para " papar" uma bela FAVADA no MOSTEIRO DE FREI ASSIS em ORBACEM, e vou aproveitar não só para me deliciar com a paisagem, mas também a recordar a minha passagem por ITAPOÃ, praia de sonho e local onde o nosso CONFRADE ALEX compôs aquele texto, como só ele sabe, reproduzindo a imaginária conversa com o seu amigo Alberto.

 O Alex é assim, nunca se sabe se a sua escrita é FANTASIA ( ROMANCE ), ou se versa um facto real, eu penso que será um MIX, mas se o Alberto existe e está nessa situação de desânimo, ajuda-o, pois mesmo com a licenciatura vai acabar num SEM ABRIGO, mas que o texto é encantador, é, e a prova é que os experts deste site , que não eu, todos o elogiaram.

 É assim Alex, a OLIVEIRA DO PARAISO dá inspiração que se farta , além de bom viver e mais não digo. Mãos amigas fizeram-me chegar um mail que continha os 10 melhores CAFÉS do Mundo, e claro está não faltava o CAFÉ MAJESTIC situado na cidade PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE e futura CAPITAL DO MUNDO que se chama única e simplesmente PORTO.

 Pois é amigos, o Porto quase milenar, está novamente na  MODA, não só pelo famoso vinho que se produz na REGIÃO DURIENSE, onde este ano se vai realizar o nosso GRANDE ENCONTRO, mas também pelo Clube que ostenta o nome da CIDADE, que é apenas o CLUBE que detém mais títulos nacionais e internacionais, e tem o mais sério e competente PRESIDENTE DE CAMARA, sem qualquer falta de MODÉSTIA só posso dizer que VOLTAMOS A SER OS MAIORES, porque na altura dos descobrimentos tivemos o gesto altruista, como é timbre na nossa cidade, dar a carne aos navegadores e ficarmos com as visceras , quero dizer TRIPAS.

 Voltando ao Alex, o nosso presidente no seu escrito diz que o padre Zé chamou baixinho HEREJE, esse Senhor devia ser fuzilado,

 O Alex é UM POETA PROSADOR E SONHADOR de 1ª água, e tem que ser devidamente reconhecido o seu valor literário. A CONFRARIA DO ESGOTA ( PIPAS )cuja função não é a atribuição de prémios literários, tem em vista no próximo dia 13 distingui-lo por aclamação PRESIDENTE HONORÁRIO, pois os seus textos estão a ser reproduzidos no CÚ do vasilhame que utilizamos. Voltarei Peinado

 

 

2013-06-08

A.Martins Ribeiro - Arcos de valdevez

Companheiros e amigos todos:

 

felizmente começo a entrar quase na antiga rotina, após a conclusão de vários revisões ao canastro, com análises, ecografias, cardiogramas, exames rectais, (livra) e toda uma parafernália de outros procedimentos que o desgaste do tempo nos aporta. Parece que o caruncho ainda vai preservando algumas coisas boas como umas feijoadas, cabritadas,lambuzadas de pudim do tal abade de Priscos, tudo bem regado com o alvarinho de estalo que nada tem a ver com o tal Álvaro dos pastéis de nata.

 O Alexandre apareceu por aqui com um texto mirabolante, evocativo dum amor romântico inspirado na fatal contemplação de partes excitantes, alvas e proibidas, de sedutora visão que incautamente o fizeram cair em tentação, vejam lá, no santo limiar de uma pia baptismal como bem acentua o Né Vieira.

 Entendo que tudo o que é bom se deve aproveitar desde que não faça mal, caso contrário não passa de tempo perdido que nunca mais poderá ser recuperado. Mas, abençoada aparição que, pecaminosa ou não, permite ao Alexandre escrever, ainda hoje, tão bela prosa á qual o Ismael Vigário dá o devido realce.

 Por último, o amigo Lamas é que me deixou embatucado com a poluição da praia da Valeta, assim vilipendiada pela obscena bojarda de um qualquer jornal ou televisão e que, cá pelo burgo, tem feito correr alguma tinta e fervilhar de ânimos desencontrados; uns verberando, outros defendendo, alguns mais encolhendo os ombros de indiferença.

 Claro que os indignados com tal "atoarda", sobretudo os ditos responsáveis, trataram logo de encomendar um estudo sério e conclusivo de que não é nada disso e que tais águas estão mais límpidas e cristalinas que uma nascente do paraíso e que as trutas que nelas remansam são mais saborosas e frescas que um salmão de aviário. Por isso, caro amigo Lamas, nem hesite em servi-las aí no seu restaurante pois o êxito será mais que garantido e só lhe aumentará a fama.

Mas, isto aqui para nós; no pico do verão, o rio Vez torna-se num fio estagnado, sem correnteza, recebe os dejectos da lavagem de carros duma estação de serviço a montante, depois na praia não se vê água nem areia tapada como está por uma espantosa multidão de corpos quase nus, de velhos e novos, todos suados, imagina-se que esvaziando pingos amoniacais e "estreptococos fecalis", cuspidelas e ranho, quem sabe até miasmas sequentes a beijos ardentes de paixão. São águas muito frescas e quem disser o contrário é um má-língua porque o estudo científico da Universidade do Minho não mente.

 Escrevia Alexadre, o Herculano, referindo-se aos bretões que pareciam grunhir quando falavam: "… o Mundo a dizer que os bretões grunhem e os bretões a grunhir que o Mundo mente!" E que mais vos posso dizer eu? Até um dia destes.

 

 

2013-06-08

Assis - Folgosa - Maia

A caça aos gaios está por mim declarada desde ontem...

Entrei em estado de cólera, meus amigos. Não digo que tenha sido influenciado pelo Alexandre, embora tenha lido na véspera e com agrado, o seu belo trabalho. Nem tão pouco pelo exame de italiano, quiçá meditadamente elaborado com antecedência pelo Ismael Vigário, não tivesse ele de entrar na corrida da greve professoral. Nem mesmo pela história do Herege das Beiras, herege que nós tão bem conhecemos. Entrei em estado de cólera porque, ontem, penetro no recinto das favas por mim tardiamente semeadas, devido às muitas chuvas que por Orbacém este ano cairam. De metro em mão, tentava já fazer a medição das mesmas,  quando me deparo com meia dúzia em forma de serrote da poda. Ratadas de alto a baixo, os grãos ainda tenros e de leite haviam desaparecido. Furioso, olho à volta para tentar descobrir o possivel ladrão. "Omnis perit labor..." foi a frase do corvo latino quanto me veio à memória. Tanto trabalho para nada, pensei. Eu que, com tanto carinho, havia amanhado a terra, lançado a semente nos regos, esperara pelo surgir das plantas e as havia estrumado e regado, via agora tudo ir parar à pança de uns gulosos ladrões. Não, não podia ser. Haveria eu de ir ao mercado comprar favas para dar aos meus amigos e com eles partilhar a "favada" há tanto tempo prometida? Não. Guerra aos ladrões, foi o meu grito de cólera. Recorri, à falta de melhor, à ajuda dum mosquiteiro que ainda se encontrava embalado dentro da caixa. Protegidas já pela rede mosquiteira, fui descansar. Dormi, mas sempre com o pensamento nas favas. Hoje, ainda o sol mal anunciava o dia e eu já tentava descobrir na horta passos que me pudessem conduzir ao ladrão de favas. Estavam lá todas sâs em tranquilo repouso aguardando o calor do sol. Olho à volta e nada, apenas o canto do pisco se fazia ouvir desde a alta magnólia. Já de regresso a casa, um grasnar roufenho veio do alto da cerejeira. Era o gaio, talvez o mesmo que me havia comido algumas já o ano passado, pensei. Pareceu-me estar zangado comigo, pois de novo grasnou e desta vez com voz mais roufenha. Repliquei-lhe: "Foste tu que me foste às favas, seu sacana...como já o havias feito o ano passado..." Pareceu-me - feito silêncio - ter dele escutado que "o ano passado ainda não tinha asas para voar"... Talvez...mas, se não foste tu, foi o teu pai, acrescentei. E virei costas. A guerra estava declarada a partir daquele momento. Ele ainda tentou aterrar mais uma vez sobrevoando a rede mosquiteira, mas em vão. Dei uma gargalhada e até um palavrão me passou pela mente. "Para a próxima serás corrido à fisga", disse-lhe ainda.

Esta tarde fui novamente fazer a medição das ditas. Já maiores do que ontem, mas ainda não atingem os 42 cms de 2012. Talvez uns 15 dias mais e elas estarão prontas para entrar no Panelão do nosso Cozinheiro Mor, Né Vieira. O convite está feito para quem desejar e puder vir ao lugar de Cabanas. O data será anunciada dentro de breves dias. Até lá, guerra aos gaios e outros... os melros.

Aquele abraço.

 

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