2013-06-14
Aventino - PORTO
De longos silêncios se faz uma grande voz. De reserva, clausura ou ausência, se fazem estes vivos AAR´s que ainda vivem. Uns exaurem-se, outros falam-nos de sobrevivência, outros ainda do sonho dos dias que sonham.
E ouço este eco triste do desencanto, esta desgraça de desgraçar a felicidade.
De que vos queixais, senhores? Que sonho tendes? Que fizesteis vós pela humanidade? Por Portugal? Por este terno caminho a caminhar para quem vier, cinquenta anos, cem anos, mil anos, os nossos filhos, os nossos netos, a eternidade?
Sou um ser de afectos, de amor, de agradecimento ao mundo pelo tanto e tanto que me deu. "Gracias à la vida que me há dado tanto!". Vós sois do melhor que há no Universo.
Se sou feliz é porque tu me ajudastes a esse lugar. Puxaste a cadeira, sorriste, alimentaste o poema que veio ao nosso encontro. Mas não estou totalmente contente contigo. (Nem comigo, claro! Não, não quero estar contente comigo. O meu querer é não querer-me).
Por favor não me fales de comunas (que odeio), de funcionários-contra-o-público (que também odeio), de sindicatos, de centrais sindicais, desses parasitas a que os comunas chamam de trabalhadores, (que também odeio) de bairros sociais, de rendimento mínimo, de fundo de desemprego, de direitos dos trabalhadores (que odeio). Por favor, fala-me das obrigações dos "trabalhadores", de gente honrada, de carácter, de cultura. Fala-me de Redentoristas, de gente pobre mas vertical, de gente que antes quebrar que torcer, de gente que ama, luta, trabalha, sofre e tem esperança em Portugal. Fala-me em quem paga impostos, contribui, luta, faz riqueza, progride, e continua a gritar PORTUGAL. Fala-me de quem é útil ao nosso País: Os outros "não valem nada, nem que seja eu".
Por favor, quero que não excluas ninguém, que integres, que eleves o parco nível deste nosso conversar. Abre o teu ventre, sonha alto, "para seres grande, sê maior" (Fernando Pessoa) e deixa que digam que somos "Redentoristas", que fomos seminaristas no Seminário de Cristo-Rei porque, na verdade, nos últimos tempos, a nossa qualidade não tem sido qualidade. Nenhuma.
Por favor, imploro-te: Sê maior!