2014-01-07
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
Anda por este sítio um chinfrim danado sobre a “PALMEIRA” mas eu fiz de conta que tal assunto não era nada comigo nem me dizia respeito. Claro, comigo podia não ser mas, pensando bem, respeito dizia-me … e muito. Confio sempre nas capacidades dos outros, dos meus amigos e companheiros e, por isso, aceito de bom grado e até com reconhecimento todo o trabalho que têm vindo a produzir. De qualquer forma, não vou deitar achas para a fogueira da estrutura da revista porque, para mim, feita duma maneira ou doutra, vestida de chita, de pano cru ou de seda, ela será sempre linda. É como uma mulher: quando ela é boazona não interessa o modo como se aproxima de nós. Era, pois, para não intervir neste assunto mas, depois de ler a última postagem do nosso Castro resolvi aparecer, até porque me senti um pouco encostado á parede no que toca ao financiamento da publicação. Eu sou daqueles que, ainda assim, posso muito bem pagar e não tenho intenção de seguir o conselho da conhecida canção - “… chamem a polícia que eu não pago”: pelo contrário, posso dizer, “eu pago, sim, e por isso não vale a pena chamar a polícia”. Infelizmente os tempos, como sabemos, estão maus e, mais que nunca, se torna necessário fazer uma boa gestão das nossas possibilidades o que eu, apesar de tudo, sempre fiz durante toda a vida, tendo acertado já o pagamento da PALMEIRA e de outros calotes (reconheço) com o Assis, digníssimo e muito abalizado tesoureiro da nossa “confraria”. Garanto-vos que não vai passar deste mês sem que tudo fique arrumado. Apenas peço respeitosamente ao amigo Samuel Beckett que espere um pouco pelo seu Godot. Só neste caso, pois no que toca a outras situações nunca esperei por Godot nenhum nem por ninguém, nem nunca quis saber de Godot para nada. O seu, a seu tempo! É inegável que todos devemos contribuir para o sustento dessa “Dama” e entendo que não ficaremos mais pobres com isso.
Estou absolutamente de acordo com o Castro na sua apreciação á passagem de todos nós pelo Seminário; é igualmente o meu conceito irremovível. Também comi o que pude e quando pude, muito ou pouco, com calma ou a correr mas, como aconteceu com Maria, fiquei, isso sim, com a “melhor parte” a qual nunca ninguém me tirou: a formação e os valores. Hoje, na verdade, a grande maioria da juventude que por aí vegeta não sabe mesmo o que é o amor, o sexo, a mulher; nem faz sequer a mínima ideia da beleza e da epopeia que isso representa: ou representava nessa altura. Consistia em fabulosas aventuras que nos atraíam pelo seu mistério e pelo perfume que deixavam. Quer-me parecer até que o verdadeiro romantismo morreu com alguns de nós desse tempo.
Resumindo: acho que a nossa PALMEIRA deve aparecer duma forma ou doutra, com simplicidade ou erudição, com pintura ou sem pintura, com alguns erros ou sem erros.
Mudando de assunto e aproveitando o ensejo quero pedir aos meus amigos, sobretudo àqueles que são ferrenhos nestas andanças, que comeceis a pensar na “segunda” de Monção para eu poder tratar dos respectivos prolegómenos. Aventou-se que a melhor ocasião seria o dia 18 deste mês (o Peinado que me desculpe e não me bata) mas estas coisas têm que ser programadas com alguma calma e entendi que, antes de mexer em nada, tinha que reunir dados concretos: porque quero saber com quem posso contar. Ide, pois, transmitindo a vossa disponibilidade. Fico á espera.
Abraço!