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2015-03-18

Assis - Folgosa

Lágrimas e Baile por dois dos meus Bons Amigos

Perder um Amigo já é complicado para um pobre humano. Então perder dois no mesmo dia - pela manhã, o Amigo Peinado e, pela tarde, o meu compadre Cipriano, antigo colega do banco de Angola - é quase desumano...

Quando as notícias nos tranquilizavam e nos faziam sorrir afirmando " temos Homem !" eis que um balde de água gelada cai sobre as nossas cabeças. Colocava eu, no momento, alguns bolbos sob a terra na esperança de, a primavera os ver florir. Cairam duas lágrimas sobre eles e com eles foram enterradas. O meu trabalho continuou como se nada tivesse acontecido. Entro em casa e um disco rodou sobre o prato. Acompanhei a voz do cantor e tentei um pé de dança. "Eu quero ver, eu quero ver, acontecer... um sonho bom, um sonho bom eu quero ver..." e o disco foi rodando até ao final enquanto misturava a água da saliva com outra que brotava de fonte que eu julgava há muito ter secado. Lágrimas e baile por dois Amigos...Gargalhei como se tivesse entrado em estado de loucura. - É hora de assinarmos o nosso testamento. Distribuirmos cheques sem cobertura. Pagarmos as nossas dívidas e repartirmos AMIZADE... Pensei em voz alta.

Mas, depois que eles se afastaram da nossa vista, no virar da esquina começo a reclar pela falta de cumprimento das promessas destes dois Amigos. O meu compadre prometeu vir no verão ao meu cantinho, com a família, para saborear o meu arroz de marisco, arroz que o deleitou em outras visitas suas. E, sem me avisar, ausentou-se... O Amigo Peinado, sorriu, declarou na mesa em que nos encontrávamos o ano passado "pró ano, cá estaremos novamente para outra favada..." E vai faltar ao prometido. Sei que, ao virar de costas, balbuciou ainda "aqueles que estiverem vivos..." Mas eu não fiz caso a esta parte... Só estas últimas palavras o podem salvar da condenação que eu tencionava lançar sobre a sua falta...

O nosso mestre de culinária, o Né Vieira, disse-te um dia que as favas sem ti, Amigo Peinado, não teriam o mesmo gosto. Plenamente de acordo. Todavia, elas vão continuar a ser apresentadas sobre a mesa em Orbacém. O teu assento e o teu prato também lá estarão, se possível, na presença viva sempre bem-vinda de pessoas familiares tuas.

Até breve, pois. E não precisas de dizer-nos "voltarei".

Obrigado pela tua Amizade. Asseguro-te, por todos, que ficarás para sempre em nossos corações.

Aqule abraço Fraterno, Amigo.

Fr. Assis



Peinado Amigo... Como vamos  trocar agora nossas mensagens ? Será que vais deixar de enviar-me as anedotas, as histórias, as imagens sempre alegres e divertidas com que me presenteavas com tanto humor ? Não posso imaginar que faltes ao nosso encontro diário ainda que apenas por via energética. O computador, desde ontem, será um objecto inútil.


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2015-03-18

António Manuel Rodrigues - Coimbra

 Desde o dia 16/03/2015, a ausência física do Peinado é-nos definitiva e iniludível. Concordando com F. Pessoa quando diz: Saudade eterna, que pouco duras!... Quão pouco duramos nós e quão breve é a geração dos homens! Ainda assim há pequenas janelas de conforto e alívio conformes à fé de cada um.

Todos temos as nossas perdas e os mortos queridos que não esquecemos e, de um ou outro modo, continuam a influenciar as nossas vidas.

Fui dos últimos a entrar no grupo de amigos do Peinado, um ex-recluso que, pelo menos afectivamente, regressou ao presídio abandonado. Singular este retorno: O dele e o de todos nós. A busca de quem fomos ou a do que queremos ser? Interessa pouco responder.

Enquanto recordar(mos) o Peinado, o amigo que a todos nos cativou, viverá entre nós e, mais intensamente, no seio da sua família. Assim o creio.

Amigos, um abraço.

António Manuel Rodrigues - Coimbra

 

 

2015-03-17

A. Martins Ribeiro. - Terras de Valdevez

 

 

 

Este é, certamente, o texto que eu nunca quereria escrever mas já que a vida o proporcionou que poderei fazer? E, desta forma, aqui apareço neste sítio dos AARs, para lamentar o infausto acontecimento da morte do nosso companheiro e amigo António PEINADO. Quando entrei para a nossa Associação não conhecia mesmo nenhum dos seus membros e o Peinado era um daqueles cuja amizade pouco me dizia. Porém, certo dia um tanto mais difícil para mim dentro da Associação que decidira abandonar, recebi um inesperado e gratuito apoio desse inolvidável amigo que, para me dissuadir e dar ânimo, me convidou para o repasto de uma genuína “enguiada” numa das Gafanhas de Aveiro, onde compareci gostosamente na companhia também do Diamantino. Foi gesto que muito me honrou e que não mais esqueci, nascendo a partir desse momento  e entre nós os dois uma arreigada amizade que, pelo tempo fora, se foi cimentando em tantos e tantos momentos de convivência, em tantos grandes e pequenos encontros, em tantos eventos que foram ocorrendo pelo tempo fora, nos quais o Peinado empunhava a batuta do hino da amizade, da boa disposição, da laracha, de grande companheirismo e da Alegria. Perdemos, a Associação e todos quantos com ele privaram, um indefectível amigo. Marcou-me hoje a missa do seu adeus, porque ela já fazia parte da saudade, tendo constatado que até na sua morte ele juntou a grande maioria dos companheiros. Tenho a profunda certeza de que este grande amigo deu entrada no maravilhoso paraíso chamado Céu, um mundo esotérico que só existe e se torna perceptível para aqueles que professam uma desmedida Fé e crêem na comunhão e perenidade dos Espíritos. 

Vendo-te sentado no teu talhão aí do céu, ao lado  daquele que me conseguiste vender, dirijo-me a ti, dilecto amigo, e peço-te que me trates bem dele para quando me juntar a ti o encontrar também agradável e bem cuidado. Dizias sempre, no fim das tuas cálidas prosas exibidas neste espaço, que voltarias. Todos sabemos que a partir de agora não poderás voltar nos termos que afirmavas mas, como já disse o nosso Presidente Né Vieira, não precisas de o fazer pois ficas sempre aqui entre nós. Dizem que quem morre acaba de vez, mas é um dito insensato e desmiolado pois quem morre nunca acaba e ficará sempre no coração de todos aqueles que o amaram. Vou terminar com o último terceto de um plangente soneto que também escrevi a propósito da defunção do meu irmão mais novo quando a Morte inesperadamente o arrebatou antes do tempo: 

Grande amigo, enquanto andar por cá, sempre em mim estarás presente:

 

“Embora rasos d’água os olhos meus

Por ti não choro nem te digo adeus

Pois não partiste, só foste á nossa frente.”

 

 

Descansa em Paz na tua nova morada que a tua lembrança perdurará para sempre na memória daqueles que te acompanharam na vida. 

 

*******

Arcos, 16 de Março de 2015

2015-03-16

Delfim Nascimento Pinto - Almada

Olá amigo Peinado e outros:

Não estive a teu lado nestes três dias últimos porque não pude mas a tua família e a tua esposa receberam os meus sentimentos e saberam a razão porque não estive presente...e sabem também que eu gostava mais de estar presente quando tu estavas...De qualquer modo peço que me perdoes porque tu bem sabes que eu sou e sempre serei teu amigo sincero. Acabei de limpar novamente os meus olhos...

Aqui voltas com a minha ajuda para pelo menos marcares presença...pois peço imensas desculpas porque botar discurso como o teu é muito difícil...e eu não quero fazer perder o brilho das tuas posições anteriores.

Uma coisa eu te digo: a tua sinceridade, verticalidade e amizade serão um exemplo para toda a minha vida.

Estarei...estaremos todos contigo e nunca te esqueceremos.

Obrigado,

Delfim Nascimento...

2015-03-14

Manuel Vieira - Esposende

"Perdemos um amigo", assim me comunicou o Diamantino referindo-se ao Peinado, que nos últimos dias apresentava algumas melhoras, embora ainda nos cuidados intensivos do Hospital de Santo António.

Faleceu hoje o Peinado, com 72 anos de vida, nascido no ano de 1942 e entrado na Quinta da Barrosa no dia 29 de Agosto de 1955, com o Adolfo, o Gaudêncio, o Pedrosa, o José Marques Dias, o Cabral, o Silvério Rato, o Mário Lage, o Ricardo Morais, o Gonçalves Dias, o Fernando Campos entre outros.

Deixou-nos o testemunho forte da amizade e do entusiasmo pela vida, que nunca vamos esquecer e vamos recordá-lo em muitos momentos. Algumas coisas não serão como dantes, pela sua ausência.

Vai estar na capela mortuária da Igreja de Santo António das Antas, no Porto e as cerimónias religiosas terão lugar nesta Segunda Feira, dia 16, a partir das 15 horas.

O António Peinado sentiu sempre a força do nosso acompanhamento, ora através da presença, ora através das muitas conversas pelo telemóvel. Há dias,muito baixinho, ainda agradeceu repetidamente ao Diamantino.

Agora sei que ele não vai voltar.Não precisa. Vai estar sempre connosco.

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